Cirurgia de hemorróidas sem dor?

Agora existem novas técnicas de tratamento para a doença hemorroidária, com menor dor, tempo de recuperação mais curto e retorno ao trabalho mais rápido.

Quando se fala em hemorróidas, o preconceito vem à tona e muitas pessoas que possuem a doença não procuram auxilio médico. Não existem dados precisos sobre a incidência no Brasil, mas segundo especialistas, as estimativas apontam que 5% a 12% da população sofre com a doença. Sabe-se que nos Estados Unidos, 50% dos americanos acima de 50 anos são portadores de hemorróidas.

No entanto apenas 5% destes procuram tratamento médico.

Outros dados mostram que 50% da população tem ou vai ter sintomas relacionados à doença um dia.

A doença hemorroidária, conhecida popularmente como hemorróidas, consiste na dilatação dos vasos  sanguíneos presentes na região do ânus, em sua parte interna, de maneira semelhante às varizes das pernas, causando desconforto como sensação de volume no ânus, dor, sangramento e, nos casos mais avançados, a saída das hemorróidas pelo ânus após a evacuação, tecnicamente denominado prolapso hemorroidário.

O tratamento das hemorróidas pode ser clínico ou cirúrgico.

Nos casos iniciais, em que os vasos sanguíneos dilatados não são tão volumosos, o tratamento clínico permite um controle adequado da doença, promovendo a redução do desconforto e a melhora da dor e do sangramento, além de evitar a progressão da doença.

Procedimentos cirúrgicos ambulatoriais, feitos em consultório e sem necessidade de internação ou anestesia podem ser aplicados nas hemorróidas em suas fases iniciais.

Os mais comuns são o congelamento, no qual aplica-se gás carbônico nas hemorróidas, o que promove um congelamento dos tecidos e necrose da hemorróida, e a ligadura elástica, em que se aplica um elástico na base da hemorróida, cortando sua circulação e conseqüente necrose.

Porém, nos casos avançados, a cirurgia é a única opção realmente eficaz para a solução do problema.

A cirurgia tradicional, muito temida, exige a realização de cortes na pele próxima do ânus para retirada dos vasos sanguíneos doentes, causando dor intensa no pós-operatório e recuperação bastante lenta e desconfortável, até a cicatrização das feridas operatórias.

Atualmente existem novas opções para o tratamento cirúrgico da doença hemorroidária, entre eles o método de grampeamento, conhecido como PPH, que consiste na retirada das veias salientes e no lugar dos tradicionais cortes e pontos, são usados grampos de titânio na parte interna do ânus, não deixando portanto feridas na parte externa, local de maior sensibilidade da região anal.

Um estudo internacional envolvendo aproximadamente 70 portadores de hemorróidas comprova que a técnica cirúrgica que faz uso do sistema de grampeamento -PPH - apresenta índices elevados de eficácia com relação a diferentes aspectos, como a reincidência da doença e ausência de dor. Os números demonstram que 93% dos pacientes operados por este método, após 33 meses (em média), aprovaram a cirurgia, relataram mínima dor pós-operatória e a eliminação por completo do problema, sem reincidência.

A técnica possibilita ao paciente operado retorno às atividades diárias em poucos dias e menos de 24 horas de internação, ao contrário da técnica convencional que necessita em média, o dobro do período de internação hospitalar e causa um pós-operatório lento e doloroso. O tempo médio da cirurgia com esse moderno procedimento também é menor, em torno de 30 minutos.

O gramepamento é uma opção de tratamento relativamente recente no Brasil e nos Estados Unidos, porém, amplamente utilizado na Europa, onde o procedimento foi adotado desde o final da década de 1990. Com o passar dos anos, o tratamento se aprimorou e hoje, as técnicas de cirurgia para o tratamento das hemorróidas amenizam dores e sangramento, além dos constrangimentos aos portadores da doença.

Outra opção recente de tratamento, conhecida como THD, consiste em localizar os vasos sanguíenos doentes na região das hemorróidas através de um doppler, aparelho que permite determinar a localização exata do vaso sanguíneo e aplicar um ponto sobre o vaso doente, reduzindo seu volume com melhora significativa dos sintomas da doença.

Embora tenha sido observada essa recente mudança de hábito, o preconceito ainda é muito grande no Brasil. É preciso desmistificar a doença e acabar definitivamente com o preconceito. Desta forma, os pacientes deixarão o preconceito de lado e procurarão tratamento nas fases iniciais da doença, o que torna a cura muito mais simples e rápida.